As centrais sindicais ouviram Passos Coelho e não gostaram das propostas.
A CGTP acusa o primeiro-ministro de estar de má-fé, quando apela ao diálogo entre Governo e parceiros sociais.
Já a UGT critica a intenção do governo que vai propor rescisões por mútuo acordo a 30 mil efectivos da função pública, dizendo que é um número irrealista.
O secretário-geral adjunto da UGT Nobre dos Santos disse hoje «estar indignado» com as medidas apresentadas pelo Governo, sobretudo o aumento do horário de trabalho da função pública e da contribuição para o subsistema de saúde ADSE.
«Estamos frontalmente contra as declarações do primeiro-ministro e consideramos que o Governo teve uma falta de respeito e de ética com os parceiros sociais, uma vez que ontem [quinta-feira] houve uma reunião da Concertação Social e não foi capaz de dizer nada», disse Nobre dos Santos, reagindo ao anúncio de cortes na despesa e reforma no Estado e na Segurança social hoje feito por Passos Coelho.
Nobre dos Santos frisou que o aumento da contribuição para o subsistema de saúde ADSE «merece o repúdio» da UGT, sobretudo por considerar que o objetivo é apenas «o de sacar dinheiro».
«Se, por um lado, há um aspeto positivo que é o facto do Governo não deixar cair a ADSE, por outro lado, o aumento das contribuições não é acompanhado por um aumento dos benefícios», considerou o dirigente sindical.