Vida

Papa Francisco denunciou hoje os abusos sofridos pelas crianças

O papa Francisco denunciou hoje os abusos sofridos pelas crianças durante a oração "Regina Coeli" (rainha dos céus), realizada na praça de São Pedro, no Vaticano.

A oração "Regina Coeli" substitui o "Angelus" durante o período pascal, de 50 dias, que a Igreja católica celebra entre os domingos de Páscoa e de Pentecostes.

«Eu envio hoje uma saudação especial à associação Meter» - uma organização não-governamental (ONG) que luta há mais de 20 anos contra todos os tipos de abusos, incluindo sexuais, cometidos contra as crianças - por ocasião da realização das jornadas das crianças vítimas de violência, disse o papa.

«Isso dá-me a oportunidade de dirigir meus pensamentos aos que sofreram ou ainda sofrem abusos», acrescentou.

«Eu queria assegurar-vos que estão presentes nas minhas orações, mas também quero sublinhar fortemente que, todos nós nos devemos comprometer com clareza e coragem para que todos os seres humanos, e mais em particular as crianças, que estão entre as categorias mais vulneráveis, sejam sempre protegidas e defendidas», afirmou.

Há um mês, o papa Francisco pediu para se agir com «determinação» contra os abusos sexuais cometidos pelos membros do clero, evocando de maneira precisa o problema da pedofilia.

«O santo padre pediu em particular que a Congregação, continuando a linha de Bento XVI, agisse com determinação no que diz respeito aos casos de abusos sexuais», indicou um comunicado do Vaticano.

Foi a primeira vez que o papa argentino se exprimiu publicamente e diretamente sobre os casos de abusos cometidos durante décadas contra dezenas de milhares de crianças.

Pediu «a promoção de medidas de proteção dos menores e ajuda aos que passaram por tais violências».

O papa solicitou também «procedimentos para encontrar os culpados e o comprometimento em conferências episcopais para formular e colocar em prática as diretivas necessárias neste domínio».

O papa Francisco também pediu hoje que às irmandades, presentes na praça de São Pedro durante a missa dominical, que se mantenham «ativas» na comunidade católica, desempenhando um papel de «autênticos evangelizadores» na relação entre a fé e a cultura popular.

O papa reconheceu que o trabalho desta «realidade tradicional da Igreja vive nos últimos tempos uma renovação e um redescobrimento».

«A piedade popular é um caminho que conduz ao essencial quando se vive na Igreja em comunhão profunda com vossos pastores. Queridos irmãos e irmãs, a Igreja ama-os. Sejam uma presença ativa na comunidade, como células vivas, pedras vivas. Os bispos latino-americanos já disseram que a piedade popular é uma maneira legítima de viver a fé», disse Francisco.

«Amai a Igreja. Deixai-vos guiar-se por ela. Nas paróquias, nas dioceses, sejam um verdadeiro pulmão de fé e vida cristã. Vejo nesta praça uma grande variedade de cores e de sinais. Assim é a Igreja: uma grande riqueza e uma variedade de expressões que são conduzidas à unidade, ao encontro de Cristo», sublinhou.

O papa recordou que estas irmandades têm uma «missão específica e importante, que é manter viva a relação entre a fé e a as culturas dos povos» através da piedade popular.

Redação