Desporto

Jorge Coroado critica escolha de Proença para "clássico" do Dragão

Pedro Proença Direitos Reservados

O ex-árbitro Jorge Coroado não concorda com a escolha de Pedro Proença para o FC Porto-Benfica. Já Pedro Henriques diz que Proença é capaz de ultrapassar a pressão de um jogo destes.

Jorge Coroado considerou, esta sexta-feira, que Pedro Proença «não é seguramente aquele que tem melhores condições emocionais e psicológicas para dirigir» o FC Porto-Benfica, de domingo, a contar para a penúltima jornada da Liga.

À margem da apresentação de João Cordeiro, candidato do PS à câmara de Cascais, este antigo árbitro atacou o facto de Proença ter dito que o «futebol português não precisa de um árbitro como ele», uma declaração que Coroado classificou de «pouca vergonha».

Jorge Coroado entende mesmo que esta frase de Pedro Proença «refere tudo quanto à sua forma de ser e estar e a personalidade que tem a dirigir um jogo de futebol» e que a atitude do árbitro assenta no ditado «cria fama e deita-te a dormir».

Coroado não teve ainda dúvidas em considerar que a escolha de Proença para o "clássico" de domingo é «natural, compreensiva e defensiva de quem a fez a nomeação», numa referência a Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem da Liga.

«Se temos as duas melhores equipas portuguesas a disputar o título, é natural que o responsável pela nomeação se escude naquele que foi tido como o melhor árbitro mundial na época passada, independentemente da forma como essa eleição é feita e dos considerandos a que ela conduzem», explicou.

Coroado entende ainda que Artur Soares Dias estaria em melhores condições que Pedro Proença para dirigir este encontro por causa da sua «grande progressão» e da «forma muito firme e consistente de estar na arbitragem».

Por seu lado, Pedro Henriques admite que Pedro Proença ao assumir a responsabilidade por uma nomeação poderá ter mais ou menos ansiedade e mais ou menos nervosismo em relação ao jogo, contudo, tudo isso é ultrapassável.

«Não é pelos erros do passado e pelas críticas que se fizeram ou que se possam fazer em relação a um árbitro que se molda ou se modifica a linha de pensamento de um árbitro nem sequer a sua tomada de decisão», adiantou este ex-árbitro.

Ouvido pela TSF, Pedro Henriques explicou ainda que um árbitro não decide «em função das vozes externas nem dos erros cometidos no passado, mas em relação ao que é o árbitro assumir um jogo onde quer garantidamente sair por cima».

«Para um árbitro sair por cima num jogo destes com uma importância destas é tomando decisões corretas, arbitrando bem, ter bom relacionamento com os intervenientes e sobretudo tomar decisões assertivas, que é o mais importante», concluiu.