O Benfica venceu hoje o Moreirense por 3-1, mas chegou ao fim do campeonato com a equipa muito "espremida" em termos físicos e mentais.
Na partida fatal para as aspirações "encarnadas" ao título, há duas jornadas, frente ao Estoril, o Benfica entrou forte nos primeiros 20 minutos e arrastou-se nos restantes 70, enquanto hoje, perante o Moreirense, entrou apático e pouco agressivo.
Em contraste, o Moreirense, cuja permanência dependia de um resultado positivo na Luz, abordou o jogo de uma forma muito mais assertiva e concentrada, logo traduzida no primeiro minuto numa oportunidade de golo que Ghilas desaproveitou na cara de Artur.
Nem esse susto suscitou qualquer reação dos "encarnados", que não foram capazes de impor um ritmo forte ao jogo, como costumam fazer desde o primeiro minuto, o que permitiu ao Moreirense manter-se coeso a defender e atrevido nas saídas no meio-campo do Benfica.
Mesmo com o Benfica em baixa intensidade, Cardozo falhou aos sete minutos uma finalização fácil, em recarga a remate de Salvio, e, aos 24, foi Enzo Pérez, de cabeça, a falhar incrivelmente o golo, após um remate de Matic, de fora da área.
Pouco depois, a notícia do primeiro golo portista, em Paços de Ferreira, caiu como um "balde de água fria" na Luz, que parece ter também "molhado" os jogadores "encarnados", muito lentos quer de pernas quer de execução.
De resto, seria o Moreirense a inaugurar o marcador, aos 42 minutos, por Vinicius, a aproveitar a desconcentração dos jogadores da casa, que permitiram a marcação rápida de um livre, com Ghilas a oferecer ao seu companheiro uma finalização fácil, só com Artur pela frente.
O Benfica ainda atirou uma bola ao ferro da baliza de Ricardo, por Lima, em cima do intervalo, mas o resultado penalizava justamente a fraca produção dos anfitriões na primeira parte.
Depois do intervalo, o Benfica surgiu com outra disposição, mais rápido e agressivo, a impor mais intensidade ao jogo, que iria, inevitavelmente, criar problemas à organização defensiva dos homens de Moreira de Cónegos.
Entretanto, já Jorge Jesus trocara o apagadíssimo Ola John, que passou literalmente ao lado do jogo, por Gaitán, e a diferença foi do dia para a noite. O argentino cedo começou a fazer estragos na ala direita do Moreirense, ao cruzar com conta, peso e medida para a cabeça de Cardozo, que finalizou de forma simples.
Bastou ao Benfica impor um andamento um pouco mais forte para forçar o adversário a defender mais atrás, junto à sua área, aumentando a pressão sem bola, o que impediu o Moreirense de se atrever em transições ofensivas, como fizera repetidamente na primeira parte.
O segundo golo do Benfica só surgiu a 10 minutos do fim, por Lima, porque o ataque "encarnado" esteve francamente desinspirado na finalização, em particular Cardozo, que chegou a desperdiçar, aos 75, um golo na pequena área, que exigia apenas um toque para o fundo das redes.
O Moreirense lá foi resistindo estoicamente, mas o golo da vitória era uma questão de tempo, face ao caudal ofensivo do Benfica e às oscilações que a defesa nortenha evidenciava. Lima ainda voltaria a fazer o gosto ao pé, fechando a contagem nos descontos, os tais que tantos danos provocaram nos últimos jogos.
Ficha do jogo:
Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa.
Benfica - Moreirense, 3-1. Ao intervalo: 0-1.
Marcadores: 0-1, Vinícus, 43 minutos.1-1, Cardozo, 50. 2-1, Lima, 80. 3-1, Lima, 90+3 (grande penalidade)
Equipas:
- Benfica: Artur, Maxi Pereira, Luisão, Jardel, André Almeida, Salvio, Enzo Pérez (Urreta, 76), Matic, Ola John (Nico Gaitán, 46), Lima e Cardozo (André Gomes, 86). (Suplentes: Paulo Lopes, Roderick, Pablo Aimar, Rodrigo, Nico Gaitán, Urreta e André Gomes)
Treinador: Jorge Jesus.
- Moreisense: Ricardo Ribeiro, Paulinho, Aníbal Capela (Rafael Lopes, 90), Diego Gaúcho, Florent, Vinicius, Filipe Gonçalves (Tales, 79), Pintassilgo (Kinkela, 81), Fábio Espinho, Pablo Oliveira e Ghilas. (Suplentes: Ricardo Andrade, Nilson, Rafael Lopes, Kinkela, Renatinho, Augusto e Tales).
Treinador: Augusto Inácio.
Árbitro: Marco Ferreira (Madeira).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Cardozo (26), Diego Gaúcho (60) e Matic (89). Cartão vermelho direto para Paulinho (90+1).
Assistência: 51.549 espetadores.