O coordenador da FESAP adainta que, a confirmar-se esta falta de entendimento entre Governo e sindicatos, as negociações terão como desfecho a greve.
O coordenador da Frente Sindical da Administração Pública (FESAP) afirmou hoje que não estão reunidas as condições para um entendimento entre Governo e sindicatos o que, a confirmar-se, terá como desfecho a greve.
«Acho que o entendimento ainda está muito longe, se é que há possibilidade de haver um entendimento. Há possibilidades de esgotar todas as questões da mesa negocial, é isso que estamos a fazer e que somos obrigados a fazer, disse Nobre dos Santos aos jornalistas, no final de um encontro de cerca de duas horas com o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino.
O coordenador da FESAP referiu que o sindicato tudo fará para «partir pedra» na tentativa de chegar a um entendimento com o Governo, mas se tal não se verificar, a greve será o desfecho de todo este processo negocial.
«Se chegarmos a um entendimento, chegamos. Se não chegarmos, não chegamos, e os trabalhadores estarão de certeza defendidos pelos seus sindicatos, na certeza que vamos encontrar uma resposta qualquer», sublinhou.
«Se nos encostarem à parede como se costuma dizer, só nos resta a espada, que são as formas de luta», avisou.
O Governo reuniu-se hoje com as estruturas sindicais da administração pública - Frente Comum, FESAP e Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) - no âmbito da reforma do Estado e que se destina a poupar mais de 4 mil milhões de euros.
Esta foi a terceira ronda negocial entre o Executivo e os sindicatos para discutir o projeto de diploma que institui e regula o sistema de requalificação dos trabalhadores da Administração Pública e revoga o sistema de mobilidade especial e o Programa de Rescisões por Mútuo Acordo.
O aumento do horário de trabalho das 35 para as 40 horas, a convergência mais rápida entre o sistema de pensões público e privado, a rescisão contratual com 30 mil funcionários, a revisão dos suplementos remuneratórios e o aumento das contribuições para a ADSE são algumas das medidas que o Governo quer concretizar no âmbito da reforma do Estado.
As negociações entre o Ministério das Finanças e a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, a Federação Sindical da Administração Pública e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado decorrem até 4 de junho.