Economia

Primeiro-ministro é «prudente» ao admitir novas metas para 2014, diz Paulo Portas

Paulo Portas Global Imagens

O ministro dos Negócios Estrangeiros lembra que há fatores externos tornam o objetivo atualmente fixado «difícil de atingir».

O ministro dos Negócios Estrangeiros considerou hoje, em Bruxelas, que o primeiro-ministro é «prudente» ao admitir a possibilidade de nova flexibilização das metas do défice para 2014, já que fatores externos tornam o objetivo atualmente fixado «difícil de atingir».

«Eu vejo essa matéria com serenidade. Toda a gente sabe o que eu disse à 'troika' e disse também ao país: que o objetivo do défice para 2014 podia ser difícil de atingir», afirmou Paulo Portas, à margem de uma reunião dos chefes de diplomacia da União Europeia, acrescentando que a dificuldade em atingir o objetivo de um défice de 4% do Produto Interno Bruto no próximo ano se deve a fatores externos.

Segundo o ministro e líder do CDS-PP, a dificuldade existe «não porque os portugueses não estejam a fazer um grande esforço - porque o estão e merecem respeito por isso -, mas porque a economia europeia se está a deteriorar», e, como a economia portuguesa é aberta, o país também sofre «com essa deterioração», que se traduz em «cada vez mais recessão» e «cada vez mais desemprego na Europa».

«Por isso é que os programas podem e devem ajustar-se à realidade. Daí que eu considere prudente a declaração que o primeiro-ministro fez no nosso parlamento admitindo a possibilidade de, no momento próprio e na circunstância certa, flexibilizar certos objetivos. E não tenho mais a acrescentar», afirmou.

Questionado sobre se aproveita as suas deslocações a Bruxelas para tentar sensibilizar parceiros europeus a aceitar essa flexibilização das metas para Portugal, Paulo Portas limitou-se a referir que «os contactos que cada um faz, e até para terem êxito, devem ser feitos no contexto dos calendários» que Portugal tem «na sua relação com os credores externos».