Economia

Ajustamento tem de ter em conta dívida portuguesa, diz Carlos Costa

Carlos Costa Global Imagens

No Parlamento, o governador do Banco de Portugal recordou que o ministro das Finanças apenas controla a questão da despesa, já que receitas e produto estão dependentes do estrangeiro.

O governador do Banco de Portugal defendeu que o ajustamento orçamental tem de ter em conta o elevado nível da dívida portuguesa.

Na Comissão de Orçamento e Finanças, Carlos Costa adiantou ainda que a «dívida tão elevada quanto a nossa impõe necessariamente uma trajetória diferente da que imporia se fosse uma dívida muito menos elevada quer em termos de calendário, quer de ritmo», explicou.

Carlos Costa lembrou ainda que esta questão «está para além dos decisores políticos portugueses, quaisquer que eles sejam» e que não é possível só pensar que o ritmo de ajustamento orçamental seja independente da dívida».

«O ministro das Finanças só controla metade do objetivo, controla o objetivo pelo lado das despesas, porque pelo lado das receitas e do produto ele está muito dependente do que acontece internacionalmente», afirmou Carlos Costa.

Para o governador do banco central português, se Portugal tivesse a conjuntura internacional de 1978/79 ou de 1982/83, quando o FMI interveio em Portugal, a «evolução do produto, emprego e défice orçamental seria diferente».