A Fenprof reage com indignação à proposta do primeiro-ministro sobre a passagem do protesto para o dia da greve geral. A FNE diz que não quer deitar mais achas para a fogueira.
O primeiro-ministro pediu ontem aos professores para que canalizem o seu protesto para a greve geral de 27 de junho e suspendam a paralisação marcada para as avaliações e exames nacionais.
«Há uma greve geral que foi marcada para o fim do mês. As razões que possam assistir aos sindicatos podem perfeitamente passar para essa greve geral e não para uma greve que tenderá a penalizar sobretudo os estudantes e as suas famílias», explicou Pedro Passos Coelho.
Em declarações à TSF, Mário Nogueira, da Federação Nacional de Professores (Fenprof), lembra o primeiro-ministro que os professores também vão aderir à greve geral, para além da greve que marcaram para o dia de exame.
«Relativamente a uma transferência da greve para o dia 27, ela não é possível e por uma razão muito simples: os professores também vão fazer greve no dia 27 como qualquer trabalhador. As lutas dos professores não são lutas à parte, são lutas com os restantes trabalhadores», explica.
Mário Nogueira deixa ainda conselhos a Passos Coelho e ao Governo.
«Já que estamos em fase de conselhos, o que eu aconselhava ao primeiro-ministro e ao seu Governo era que deixassem de penalizar os professores como estão a penalizar, que deixassem de ameaçar como estão a ameaçar, isso é que era importante que o primeiro-ministro fizesse», conclui.
Já a Federação Nacional de Educação (FNE), contactada pela TSF, nem sequer quer comentar as palavras de Passos Coelho, dizendo que não quer deitar mais achas para a fogueira.