Saúde

Procedimentos disciplinares a enfermeiros que recusem reutilizar dispositivos

António Ferreira Global Imagens/Lisa Soares

O administrador do Hospital de São João, no Porto, diz que a queixa dos enfermeiros só pode surgir «por ignorância ou má fé» e lembra que o hospital já reutiliza dispositivos médicos de uso único.

De acordo com António Ferreira, o Hospital de São João, no Porto, já envia os dispositivos para reprocessamento para uma fábrica alemã, tendo o acordo e apoio de médicos e enfermeiros.

Em declarações à TSF, o administrador do Hospital de São João sublinha que o reaproveitamento de dispositivos cirúrgicos de uso único tem elevada segurança para doentes e profissionais de saúde e diz que se trata de uma prática corrente em países desenvolvidos.

António Ferreira fica, por isso, surpreendido com a queixa da Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações (AESOP).

«Só por profundíssima ignorância ou má fé, não vejo outra fundamentação para se ter uma posição contra um despacho que regulamenta esta atividade e que garante desta forma que não se anda a fazer esterilização de dispositivos em vãos de escada», defende.

António Ferreira diz que quem se recusar a utilizar este tipo de materiais por ordem da administração «fica sujeito a procedimentos disciplinares ou criminais».

O administrador considera que não há motivos para recusar esta prática, uma vez que o processo de esterilização obedece a normas europeias rigorosas.

O despacho do Ministério da Saúde foi publicado em Diário da República no dia 30 de maio. Segundo pode ler-se no despacho, assinado pelo secretário de Estado da Saúde, «a decisão sobre a utilização de dispositivos médicos de uso único reprocessados deve avaliar o custo-efetividade dessa prática, quando realizada em condições adequadas de qualidade e segurança, bem como ter em conta os custos diretos e indiretos e o seu impacto ambiental».

Redação