Portugal

Mais do triplo dos portugueses emigraram para fora da UE em 2011

Reuters

O relatório anual da OCDE sobre migrações, divulgado hoje, revela que a emigração de portugueses para países exteriores à União Europeia mais do que triplicou entre 2010 e 2011.

O relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) revela que a emigração portuguesa tem vindo a aumentar desde meados dos anos 2000 e, citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), estima que cerca de 44 mil pessoas tenham deixado o país em 2011, quando em 2010 os números apontavam para 23 mil saídas.

O relatório ressalva no entanto que os números exatos sobre os fluxos migratórios em Portugal são difíceis de obter devido aos métodos utilizados nas estatísticas e sublinha que as estimativas sobre emigração apresentadas por outras fontes apresentam números muito superiores.

O secretário de Estado das Comunidades, por exemplo, estima que nos últimos anos tenham saído de Portugal entre 100 e 120 mil portugueses anualmente.

Segundo o relatório da OCDE agora divulgado, o principal contributo para o aumento da emigração entre 2010 e 2011 foram as saídas para destinos exteriores à União Europeia (UE), que terão crescido de 4.300 para 15.500 nesse período.

Mas também na emigração para a Europa há aumentos. Segundo os números da OCDE, o número de portugueses a entrar na Suíça, por exemplo, passou de 12,8 mil em 2010 para 15,4 mil em 2011.

Quanto à imigração, a organização estima, com base nos números dos vistos e autorizações de residência, que as entradas tenham aumentado entre 2010 e 2011, «apesar da difícil situação».

Segundo o relatório, o número de estrangeiros a entrar anualmente em Portugal, que chegou a atingir mais de 150 mil em 2001, tem estado sempre abaixo dos 35 mil desde 2003. Enquanto em 2009 era de 33,8 mil, o número de entradas baixou para 30 mil em 2010 e voltou a subir para 33 mil em 2011.

Já o número de vistos de longa duração concedidos a cidadãos exteriores à União Europeia tem vindo a diminuir e em 2010 não ultrapassava os 15 mil.

A maioria dos vistos concedidos em 2010 foram para cidadãos de países africanos de língua portuguesa (PALOP)(42%), do Brasil (23%) e da China (7%).

O relatório, da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) compila dados sobre os fluxos migratórios para todos os países europeus da organização mais a Austrália, o Canadá e os EUA até 2011.