«O IDE é a única forma de diminuir o desemprego» e por isso o primeiro-ministro deve assumir esse dossier. PS deve «acender uma velinha» para que Governo implemente programa da troika.
O investimento direto estrangeiro (IDE), diz Pedro Ferraz da Costa, é, nestas circunstâncias, a única esperança no que diz respeito à criação de postos de trabalho: «Neste momento não temos qualquer hipótese de assistir a uma inversão da subida do desemprego a não ser através do investimento direto estrangeiro. Se formos esperar que haja mais capital internamente, mais confiança dos nacionais para investirem mais ou que o problema do crédito bancário esteja resolvido quando é que vamos resolver o problema?»
Por isso, o presidente do Fórum para a Competitividade entende que «devia ser o primeiro-ministro como em Inglaterra. A Inglaterra tem um programa quantificado com objetivos anuais de internacionalizar um número de empresas. O PM assumiu a responsabilidade de acompanhar um dossier de dez delas. Isto mostra a prioridade política que se dá ao assunto, e cria obrigações para todos os outros membros do Governo».
O super-crédito fiscal anunciado por Álvaro Santos Pereira e Vítor Gaspar, na opinião de Ferraz da Costa, «é capaz de conseguir antecipar algumas decisões [de investimento] e nalguns casos pode funcionar como prémio para quem já tinha tomado a decisão».
António José Seguro deve «acender uma velinha»
A austeridade é «penosa» mas inevitável e por isso, quando questionado sobre o ambiente político necessário para continuar o ajustamento, Ferraz da Costa diz que «se estivesse sentado na cadeira do Dr Seguro quase que acenderia uma velinha todos os dias para que o Governo cumprisse este penoso ajustamento. Porque se o Governo não cumprir será o Governo seguinte que terá que o fazer».
O presidente do Fórum para a Competitividade considera ainda que a a degradação do ambiente político só pode piorar as coisas: «uma parte do ataque político do PS ao Governo - sem pôr em causa que poderia ter havido uma colaboração mais próxima que seria muito útil - faz com que estejamos a caminhar para uma situação que dá uma imagem de instabilidade que torna tudo o resto mais difícil».