O conselho de governadores do Banco Central Europeu vai decidir se altera ou deixa inalteradas as taxas de juro de referência, que sofreram uma redução ainda em maio.
A taxa de juro para as principais operações de refinanciamento, o mecanismo ao abrigo do qual o Banco Central Europeu (BCE) fornece a maior parte da liquidez ao sistema bancário, foi reduzida de 0,75% para 0,50% ainda em maio.
Na mesma altura foi também aplicado um corte de 0,5 pontos percentuais na taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez (através da qual fornece liquidez de muito curto prazo aos bancos, empréstimos 'overnight'), que passou de 1,50% para 1%.
Ainda esta semana foram conhecidos dados que dão conta de uma continuação da contração na Europa, o que pode aumentar a pressão sobre o presidente da instituição para agir.
A situação política em Portugal pode ser outro dos temas quentes em cima da mesa, nos esforços do BCE para combater a crise, mas também como membro da troika e por ter comprado dívida pública portuguesa no mercado secundário, que tem agora no seu balanço.
Vários membros do BCE já deram a entender, entretanto, que nem tudo se resolve com descidas das taxas de juro e mesmo que os seus impactos seriam muito limitados, demonstrando alguma relutância em voltar a cortar taxas que se encontram em níveis muito baixos desde o início da crise.