Na comunicação desta quarta-feira de Cavaco Silva, o líder do PCP notou as muitas referências aos «mercados e aos compromissos externos» e nenhuma à vida dos portugueses.
O secretário-geral do PCP considerou, esta quarta-feira, que o Presidente da República deu continuidade a uma «linha de chantagem e pressão sobre o povo português».
Comentando a comunicação ao país feita por Cavaco Silva, em que o chefe de Estado apelou a um entendimento entre PS, PSD e CDS, Jerónimo de Sousa notou as muitas referências do Presidente aos «mercados e aos compromissos externos».
Por outro lado, o líder comunista recordou que Cavaco Silva nunca fez referências às pessoas, nem à vida dos portugueses nem mesmo da situação em que se encontram.
«A verdade é que estamos numa crise económica, social, política e até ética resultante de uma política que levou a transformar a vida num inferno a muitos portugueses», frisou.
Para Jerónimo, a interpretação de Cavaco sobre a convocação de eleições «noutros tempos passados, arrepiava», porque o «povo português não está em condições de exercer o direito de voto e a sua opção».
O líder do PCP disse ainda que o «Presidente da República de cúmplice com esta política e Governo passa a promotor de uma negociata política em que a importância, opinião e decisão de voto dos portugueses foram profundamente maltratadas».
Para Jerónimo, Cavaco Silva «não admite que, por processo de uma votação para a Assembleia da República, o povo português possa decidir doutras soluções políticas para o nosso país»