PSD e Governo esperam que o debate possa ser um momento decisivo rumo ao compromisso de salvação nacional exigido pelo Presidente da República.
Deputados da maioria e fontes do executivo disseram à TSF que o debate desta manhã, na Assembleia da República, pode ser um momento de clarificação de posições rumo a um entendimento alargado entre PSD, PS e CDS.
No fundo, esperam-se sinais claros de aproximação e consenso entre Pedro Passos Coelho e António José Seguro.
Com o Governo fragilizado em várias frentes, depois da comunicação ao país do Presidente da República, na quarta-feira, o debate é encarado, no discurso oficial, como um momento para demonstrar coesão, sentido de responsabilidade e estabilidade.
Depois do choque e da incompreensão, a proposta do presidente da república parece começar a entranhar-se no discurso da maioria.
As ordens para travar críticas públicas a Cavaco Silva foram "suavizando" as conversas, mas muitos ainda duvidam que algo de bom saia do processo negocial imposto por Belém.
Até ver, um caminho de desafio ao Presidente da República com a apresentação, por exemplo, de uma moção de confiança para reforçar a legitimidade do Governo, parece afastado.
Fontes do Executivo, contactadas pela TSF, dizem mesmo que essa hipótese não faz sentido, sublinhando que não há qualquer sinal de desconfiança nas bancadas que apoiam o Governo, que não há memória de desacerto em votações nestes dois anos de trabalho da maioria, e que os diplomas aprovados ontem com os votos dos dois partidos (as 40 horas para a função pública e a requalificação) são um bom sinal de coesão entre PSD e CDS.
A passagem de Paulo Portas pela comissão de Negócios estrangeiros, na terça-feira, e o debate do Estado da Nação, esta manhã, com todo o Governo presente, também são apresentados como sinais claros para Belém. Sinais de que as instituições estão a funcionar de forma regular.