Mais de mil pessoas, segundo dados da organização, juntaram-se hoje num cordão humano que percorreu várias ruas da Trafaria, em Almada, em protesto contra a instalação do terminal de contentores na margem sul do Tejo.
Ainda antes da hora marcada, pelas 10:45, já várias dezenas de pessoas se concentravam junto à Junta de Freguesia da Trafaria.
«Eu sou lisboeta e quero chegar à beira rio e ver a minha terra e quero ir para a praia e quero que os meus netos brinquem na areia da Trafaria», disse Artur Cravo, um dos muitos cidadãos presentes na iniciativa.
Já a presidente da Junta de Freguesia, por seu lado, defendeu que a Trafaria tem uma «história» e um «património», bem como um «grande desígnio».
«Há muito que aguardamos a reabilitação de toda a frente ribeirinha para o turismo e para o lazer e para dar dignidade àquela que é a atividade económica mais relevante na nossa freguesia e que impulsionará seguramente o desenvolvimento económico e o desenvolvimento da Trafaria, que é a atividade da pesca», defendeu Francisca Parreira.
Também presente na manifestação, a presidente da Câmara Municipal de Almada lembrou que a autarquia lutou «desde sempre contra esta ameaça».
«Esta ameaça tem dezenas de anos, de massacrar a Trafaria, de destruir a sua história e destruir o seu potencial de desenvolvimento. Por isso estou aqui hoje como sempre estive e estarei», assegurou Maria Emília Sousa.
O cordão humano durou cerca de 10 minutos, tendo depois todos os participantes caminhado para o Largo da República, onde teve lugar um momento musical e a intervenção dos autarcas locais.
Em declarações aos jornalistas, um dos membros da associação "Contentores na Trafaria, Não" explicou que a manifestação teve por objetivo mostrar todas as objeções que a população da Trafaria tem a este projeto.
Segundo Pedro Dionísio, está em causa um projeto que irá destruir as praias da Costa de Caparica, as «melhores da área metropolitana da Lisboa», já que com «a dragagem para os barcos chegarem [à Trafaria], a areia também se irá embora».