Um duplo atentado suicida num mercado muito frequentado das zonas tribais do noroeste do Paquistão, junto à fronteira afegã, provocou hoje pelo menos 41 mortos e 150 feridos, anunciaram as autoridades.
«Podemos confirmar 41 mortos. Há ainda 150 pessoas feridas, 20 com gravidade», disse á agência noticiosa AFP Sabir Hussain, diretor do principal hospital de Parachinar, capital do distrito tribal de Kurram, e onde ocorreram os atentados.
Um anterior balanço referia-se a 25 mortos e mais de 100 feridos num ataque que não foi reivindicado.
De acordo com a AFP, este atentado parece possuir a marca dos talibãs paquistaneses do TTP, um grupo islamita armado em luta contra o poder de Islamabad e hostil à minoria muçulmana xiita.
As duas bombas explodiram quando centenas de pessoas adquiriam alimentos para terminar o jejum do Ramadão, que se celebra durante este mês e se prolonga quotidianamente até ao fim do dia.
Este foi o atentado mais mortífero no Paquistão desde o início do início em 11 de julho do Ramadão, o mês do jejum muçulmano, num país com 180 milhões de habitantes e confrontado com o reforço das correntes fundamentalistas.
No início da semana, e num assalto que surpreendeu o país, um grupo de insurgentes protagonizou um complexo ataque contra o edifício dos poderosos serviços de informações paquistaneses (ISI) na cidade meridional de Sukkur, com um balanço de nove mortos, incluindo cinco assaltantes.
Os xiitas constituem 20% da população do Paquistão, mas são alvo frequente de ataques por grupos extremistas que os acusam de corromper o Islão e de serem "agentes" do Irão, a primeira potência xiita do mundo.