Em Vila Pouca de Aguiar, o líder do PSD defendeu a necessidade de reformas no Estado e acrescentou que não acredita que a Constituição impeça as reformas necessárias.
Passo Coelho admitiu hoje que quer abrir um novo ciclo governativo e a Reforma do Estado está na primeira linha das prioridades, para que o país não tenha que voltar a pedir ajuda externa.
O presidente do PSD, que falava durante a Festa de verão do PSD em Vila Pouca de Aguiar, defendeu que é preciso estabelecer «uma hierarquia do que é importante no país», para evitar um novo pedido de assistência externa, acreditando que a Constituição não vai impedir as reformas necessárias.
Pedro Passos Coelho disse que o pior que pode acontecer ao país é ficar sem dinheiro para pagar salários e lembrou que foi justamente por isso que Portugal teve de pedir assistência externa.
«Para que isso não volte a acontecer, temos de fazer uma hierarquia do que é realmente importante e o que não for tem de deixar de ser feito. As pessoas que faziam aquilo que era menos importante têm que ser afetas a fazer outras coisas que são mais importantes e, se não for preciso tanta gente para fazer isso, essas pessoas têm de ir fazer alguma coisa para outro lado», salientou.
Não pode, acrescentou, «o Estado ficar-lhes a pagar eternamente para fazer o que não é preciso, isto é assim em qualquer país desenvolvido do mundo».
Para o presidente do PSD, Portugal está a fazer agora, «de forma muito concentrada», reformas que deveriam ter sido feitas durante anos.
«Agora tudo tem de se fazer neste período de três anos, tudo. A reforma do Estado, a reforma das Parcerias Público Privadas, dos contratos 'swaps', tudo o que constitui risco elevado para o país, tudo o que nos impediu de crescer durante anos, tudo o que aumentou o peso do Estado e obrigou os portugueses a pagar mais impostos», referiu.
Tudo, acrescentou Pedro Passos Coelho, «o que se foi fazendo ao longo de anos sem pensar no que haveria de ser a situação de futuro, tudo agora tem de ser resolvido nestes três anos».
Por este motivo, Passos Coelho diz não compreender muita critica diária e, mais do que isso, a indulgência perante a irresponsabilidade do pasado.
«E toda a indulgência que houve durante estes anos todos para estas situações inexplicáveis agora desapareceu. Agora temos de enfrentar a maior exigência e crítica com tudo o que se decide e se faz», afirmou.