Portugal

Dois helicópteros de combate aos incêndios estão parados

Helicóptero bombardeiro pesado Kamov Global Imagens/Paulo Jorge Magalhães

O Governo aprovou ontem a locação de um helicóptero numa altura em que a frota de meios aéreos de combate aos fogos florestais apresenta vários problemas.

Neste momento, um helicóptero tem problemas técnicos e está inoperacional há vários meses na base principal da Empresa de Meios aéreos (EMA), em Ponte de Sôr.

De acordo com a edição de hoje do jornal Público, não se sabe quando é que o aparelho vai voltar a funcionar, uma vez que há um diferendo que levou a EMA a acusar a empresa que fará a reparação - a Heliportugal - de incumprimento dos prazos de entrega. No entanto, a empresa garante que o Ministério da Administração Interna (MAI) aceitou como limite da reparação o final de setembro, ou seja, após a fase Charlie, a mais crítica no combate aos fogos.

A este aparelho há a acrescentar o helicóptero Kamov que está acidentado desde setembro do ano passado. A demora na recuperação do aparelho foi o argumento usado ontem pelo Governo para justificar o aluguer de um helicóptero pesado que complete os recursos aéreos durante a fase Charlie.

De acordo com o Público, o problema está para durar. O jornal afirma que o MAI ainda nem tem um orçamento para a reparação deste helicóptero, porque recusou pagar os cerca de 50 mil euros pedidos pela Heliportugal, que vendeu os aparelhos ao Estado - para transportar e fazer os testes ao helicóptero que permitem avaliar os danos causados pelo acidente.

Há ainda um terceiro aparelho que terá de parar em breve para fazer uma inspeção, o que significa que terá de ficar em terra pelo menos durante duas semanas.

O Público afirma que neste momento só estão a voar quatro helicópteros Kamov e em breve serão três, o que significa que há uma baixa no dispositivo de combate aos incêndios florestais que prevê o funcionamento de cinco.

Contactada pela TSF esta manhã, Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, afirma que é preocupante se existirem menos helicópteros de combate aos fogos no terreno, mas acredita que estão assegurados meios suficientes.

Jaime Soares espera que o dispositivo de combate aos incêndios esteja totalmente operacional em breve e sublinha que com as elevadas temperaturas que se têm registado todas as peças são fundamentais.

Sobre demora na reparação do Kamov inoperacional desde setembro do ano passado, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses desvaloriza e afirma que foi dada prioridade a este caso.