O PCP considera que o recuo para 16,7% da taxa de desemprego no 2º trimestre é reflexo do «efeito sazonal» e não revela alteração da «situação de desastre» do país.
«Os dados hoje revelados pelo INE referentes a este inquérito ao emprego do segundo trimestre de 2013 não revelam qualquer alteração da situação de desastre económico e social em que o nosso país se encontra e que resulta do pacto de agressão assinado pelo PS e que o atual governo PSD/CDS tem levado à prática», afirmou o dirigente do PCP José Lourenço.
Segundo dados divulgado esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego em Portugal foi de 16,4% no 2.º trimestre, 1,3 pontos percentuais abaixo do trimestre anterior, mas mais 1,4 pontos percentuais do que no mesmo período de 2012.
Segundo os resultados do Inquérito ao Emprego do INE, de abril a junho a população desempregada foi de 886 mil pessoas, o que representa um aumento homólogo de 7,1% e uma diminuição trimestral de 7,0% (mais 59,1 mil e menos 66,2 mil pessoas, respetivamente).
Já a população empregada foi de 4,5 milhões de pessoas, o que traduz uma diminuição homóloga de 3,9% e um aumento trimestral de 1,6% (menos 182,6 mil e mais 72,4 mil pessoas, respetivamente).
Salientando que estes dados não refletem as dezenas de milhares de portugueses que foram forçados a sair do país, nem aqueles que já desistiram de procurar emprego ou aos mlihares de jovens que têm atrasado a sia entrada no mercado de trabalho, José Lourenço atribuiu o recuo na taxa de emprego no segundo trimestre ao efeito sazonal que resulta da aproximação do Verão.
«São dados marcadamente sazonais, eles não revelam, nem podem ocultar a situação de desastre económico e social», sublinhou.
O dirigente do PCP recordou, a propósito, que nos últimos 16 anos o desemprego baixou sempre no segundo trimestre, à exceção dos anos de 2002, 2009 e 2012.
José Lourenço apontou ainda o facto «curioso» de dois terços dos cerca de 72.400 novos emprego que terem sido criados no setor agrícola.
«Nem são no setor do turismo», notou, insistindo que «os dados do desemprego são dados claramente sazonais e não refletem a situação extremamente difícil em que vivem hoje os portugueses e a necessidade de uma outra política, que crie empregos, empregos de qualidade».