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Paquistão liberta 337 pescadores indianos

REUTERS/Akhtar Soomro

O Paquistão libertou hoje 337 pescadores indianos, detidos em águas territoriais paquistanesas, quando a tensão entre os dois países está a aumentar na região de Caxemira.

«Libertámos hoje 337 pescadores indianos e sete menores», disse à agência noticiosa francesa AFP um responsável da prisão de Malir, em Carachi (sul), onde estavam detidos há vários meses os pescadores indianos.

Estes pescadores vão ser transferidos para Lahore (leste) e, no sábado, serão entregues às autoridades indianas, no posto de fronteira de Wagah, acrescentou a mesma fonte.

Esta decisão paquistanesa surge numa altura em que a tensão está a aumentar entre a Índia e o Paquistão na região, disputada pelos dois países, de Caxemira, situada já nos Himalaias.

Desde o início do mês, cinco soldados indianos e quatro paquistaneses (três soldados e um civil) morreram em tiroteios ao longo da Linha de Controlo (LoC), fronteira que separa 'de facto' os dois países em Caxemira.

O Paquistão e a Índia reivindicam também o Baan Ganga, ou "Sir Creek", uma baía de cerca de 100 quilómetros entre as províncias paquistanesa de Sind e indiana de Gujarat, com saída para o mar da Arábia e famosa pelas águas abundantes em peixes.

Os pescadores indianos, sem recurso a GPS (sistema de posicionamento global, sigla em inglês, ou de navegação por satélite), aventuram-se sem saber em águas territoriais paquistanesas e os pescadores do Paquistão nas águas da Índia. Nova Deli libertou, já este mês, três pescadores paquistaneses detidos no sul da Índia desde 1999.

«Devíamos viver em harmonia, como irmãos, amigos e bons vizinhos», declarou à AFP Kusan Rama, pescador indiano, detido há um ano nas prisões paquistanesas, onde cerca de uma centena de indianos continuam presos.