Cortar nos salários é «insistir numa política errada» e o PS está contra, disse o secretário nacional socialista Eurico Brilhante Dias.
Hoje ficou a saber-se que o FMI entende que baixar salários é o caminho para combater o desemprego e que é o que vai defender quando regressar a Portugal para a oitava avaliação do programa de ajustamento.
Para o dirigente socialista, a verdade é que, «ao longo dos últimos dois anos», o Governo tem sido «o principal foco de combate e de fricção entre instituições na vida política portuguesa».
O dirigente socialista Eurico Brilhante Dias considerou o Governo «o principal foco de instabilidade política» no país, o que é confirmado por quase um terço das propostas de orçamento ministeriais não ter sido entregue à DGO.
«É apenas a confirmação de que o principal foco de instabilidade política neste país é o próprio Governo» criticou.
Em declarações aos jornalistas, na Universidade de Verão do PS, o secretário nacional do PS para a Economia e Inovação reagia ao facto de 137 das 433 propostas de orçamento dos ministérios para 2014 não terem sido entregues à Direção-Geral do Orçamento (DG).
O prazo para os ministérios apresentarem as propostas terminou às 24:00 de quarta-feira, mas, segundo a DGO, estavam por submeter nos serviços 137 documentos e apenas 78 tinham sido validados, sendo que 218 tinham sido submetidos, mas não validados, podendo ainda vir a sofrer correções.
O Governo sofreu «uma remodelação», mas esta «já tem mais de um mês», e o que acontece é que «as instituições públicas precisaram de novas orientações e, por isso, o Orçamento do Estado está manifestamente atrasado», disse Eurico Dias. Isto porque tem havido essa mesma fricção "entre o Governo e o Tribunal Constitucional, o Governo e o Presidente da República, o Governo e os parceiros sociais, o Governo e os partidos da oposição e o Governo dentro de si próprio, entre o PSD e o CDS-PP", exemplificou. Agora, o facto de quase um terço das propostas de orçamento ministeriais não ter sido entregue, é "mais um episódio desta reorganização governativa que parece não acabar".