A Associação ambientalista Quercus interpôs uma providência cautelar para impedir a construção de uma estrada no Parque Natural do Alvão, concelho de Vila Real, por considerar que trará «efeitos negativos» para o lobo ibérico e borboleta-azul.
Para a Quercus, a construção de uma estrada de 800 metros entre as povoações do Barreiro (Mondim de Basto) e Lamas de Olo (Vila Real), atravessando o Parque Natural do Alvão, agravará a situação do lobo-ibérico já «em forte declínio» no distrito e afetará «de forma significativa» a população de borboleta-azul do vale do rio de Olo.
A previsível passagem de «milhares» de carros por ano em locais onde, atualmente, têm uma intensidade de tráfego automóvel «quase nula», considerou a associação, poderá, a curto prazo, levar à extinção da população de lobos.
A infraestrutura, adjudicada pelo Município de Vila Real, é, na opinião da associação, uma despesa pública «desnecessária e prejudicial» ao Parque Natural do Alvão, ameaçando o seu potencial turístico.
«Esta estrada acabará ainda com o último percurso pedestre entre Lamas de Olo e Fisgas do Ermelo, o qual é possível fazer atualmente sem a presença significativa de trânsito automóvel», disse.
A Quercus acrescentou que a nova ligação entre as povoações de Mondim de Basto e Vila Real passará «praticamente» por cima de um local destinado à prática balnear, junto a uma ponte de pedra sobre o Rio Olo.
Além do recurso a tribunal, a Quercus lançou uma petição pública, já com mais de 1.000 assinaturas, dirigida à Câmara de Vila Real e ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).