A serra do Caramulo engalanou-se para neste fim de semana receber mais de 30 mil visitantes. Os hotéis estão cheios, os restaurantes preenchidos e por todas as vilas do Caramulo há multidões de volta dos automóveis.
As ruas estão coloridas e cheias de automóveis, ao virar da esquina há oficinas volantes e por todo o lado carros, uns mais novos, outros mais velhos. Aqui ninguém esta preocupado com a gasolina, diz Edgar Graça, piloto de um Renault 8 S, atingido pela mesma maleita que queimou a serra.
Outros automóveis têm vícios, diz Pedro Diogo que conduz um velho Porsche que, tal como a serra, também ostenta cicatrizes.
O fim-de-semana é de alegria mas é impossível não olhar para o Caramulo, esventrado e carregado de negro, desabafa o capitão Marques, comandante da GNR e responsável pela segurança neste festival
Luís Matos, adjunto do comando dos bombeiros de Besteiros diz o mesmo.
Para suprir a tristeza vão ser plantadas cinco mil árvore. Gesto, diz Joaquim Teixeira, comandante dos bombeiros de Murça e presidente da Associação de Pilotos Automoveis de Montanha, destinado a reflorestar a serra mas também a homenagear os bombeiros tombados pelas chamas.
Por estes dias o Caramulo alegra-se com os carros, clássicos e de competição, que percorrem uma das provas míticas do desporto automóvel. Apesar da alegria ninguém esquece o drama que atingiu a serra e para voltar a tingir a montanha de verde foram lançadas, de balão, sementes de cinco mil árvores. Carvalhos e pinheiros que vão levar décadas a substituir os que se finaram no grande incêndio.
Até Domingo o ronco dos motores ecoa pela serra do Caramulo em mais um festival automóvel. A edição deste ano fica marcada pela homenagem aos bombeiros mortos no grande incêndio que pintou a serra de negro.
Mas num sinal de optimismo estão a ser plantadas novas árvores por todos aqueles que querem voltar a ver um Caramulo verde.