Política

Seguro: Governo prepara encerramento de serviços após as eleições

António José Seguro Global Imagens

António José Seguro afirmou ontem que o Governo, após as eleições autárquicas, prepara-se para encerrar vários serviços públicos em regiões do interior do país.

O secretário-geral do PS falava no final de um jantar comício na Meda (distrito da Guarda), numa ação de apoio à candidatura de Anselmo Sousa à presidência da Câmara da Meda, que foi conquistada pelo PS ao PSD nas eleições autárquicas de 2009.

Perante uma sala cheia com centenas de apoiantes, Anselmo Sousa, atual vereador da autarquia da Meda, foi o primeiro a levantar a suspeita de que o executivo PSD/CDS prepara uma vaga de encerramento de serviços do Estado nos municípios do interior. António José Seguro deu-lhe razão.

«O Anselmo disse aqui uma coisa muito importante, que é verdade, que o Governo prepara mais encerramentos de serviços, mas não o diz antes das eleições para não perder votos. Há um ano e meio o Governo propôs o encerramento de tribunais e, de um momento para o outro, deixámos de ouvir falar nisso. Não é que não continue previsto o encerramento de tribunais, mas eles querem ver se passam as eleições para encerrarem a seguir», disse o secretário-geral do PS.

Na sua intervenção, António José Seguro também contou o teor de uma conversa que teve no sábado com um homem, que lhe disse ter inicialmente ficado surpreendido por o líder do PS não ter chegado a acordo em julho passado com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e com o presidente do CDS, Paulo Portas, em torno de um acordo estratégico para o país.

Mas, segundo Seguro, esse homem afirmou que agora, face ao que se tem passado recentemente, com a decisão do Governo de cortar pensões, compreende perfeitamente a atuação não cooperante então seguida pelo PS em relação aos partidos que fazem parte do executivo.

«Disse-me: Sabe senhor doutor, não compreendi lá muito bem porque não chegou a acordo em julho com os partidos do Governo. Mas o senhor fez muito bem, porque o senhor quis defender os reformados e queria evitar que houvesse mais cortes em Portugal», referiu Seguro, citando o seu interlocutor no diálogo.