Numa longa entrevista a uma revista jesuíta, o chefe da Igreja Católica disse que a Igreja tem de ser uma casa grande e não apenas uma pequena capela orientada para a doutrina ortodoxa.
O papa Francisco defendeu uma Igreja que não exclua ninguém e que olhe para as circunstâncias das pessoas, acompanhando com misericórdia divorciados e homossexuais.
Numa entrevista a uma revista jesuíta de circulação internacional, Francisco considerou que a Igreja tem de ser uma casa grande e não apenas uma pequena capela orientada para a doutrina ortodoxa e uma agenda limitada aos ensinamentos morais.
O Sumo Pontífice, que reconheceu ser «pecador», aproveitou ainda para criticar o facto de a Igreja ter estado obcecada com temas como os contracetivos, casamento gay e o aborto, tendo colocado o acento tónico num «novo equilíbrio» do discurso.
«De outra maneira, o edifício moral da Igreja corre o risco da cair como um castelo de cartas, de perder a frescura e o perfume do Evangelho», acrescentou.
Ao longo três dias de conversa que resultaram numa entrevista de 28 páginas concedida à revista La Civiltà Cattolica, revista pelo próprio papa Francisco, o chefe da Igreja Católica assumiu o papel de livre pensador.
O papa explicou ainda que nunca foi partidário da Direita e que se foi confundido com um conservador foi porque foi muito autoritário na juventude, uma atitude que abandonou uma vez que o autoritarismo é uma forma de tomar decisões que cria problemas.
Por isso, o chefe da Igreja Católica optou por um estilo de liderança consultivo, expressa no grupo de oito cardeais que estão a trabalhar na reforma do Vaticano.