Um grupo de cerca de 20 pessoas, dos sete aos setenta anos de idade, reuniu-se hoje na Casa do Infante, no Porto, para tentar tricotar a «maior manta de croché da cidade».
A iniciativa partiu da divisão de Arquivo Histórico do pelouro do Conhecimento e Coesão Social da Câmara do Porto, que decidiu realizar uma oficina coletiva de croché, em que 10 por cento das receitas da compra do material para tricotar reverteu para a associação do Centro de Apoio aos Sem-Abrigo (CASA).
Com esta ideia pôde também contribuir-se para «preservar a importância e a tradição portuguesa» do croché, segundo Paula Assucena, dona da retrosaria que se associou à iniciativa em que tanto crianças como turistas que passeavam na Ribeira do Porto acabaram por participar.
«O croché está na moda e queremos que mais pessoas comecem esta atividade», disse à Lusa Paula Assucena, revelando a intenção de produzir mais que uma manta para oferecer à CASA e adiantando que «algumas pessoas, incluindo turistas, até já contribuíram com dinheiro e rosetas [pedaços de croché]» para a iniciativa.
Para Idalina Sampaio, reformada de 68 anos, poder aliar a arte do croché à ajuda aos sem-abrigo foi mesmo «a melhor coisa que podiam inventar», até porque «infelizmente, é cada vez mais o que se vê no dia-a-dia».
«Sempre que a gente pode dar o pouco que seja, já faz muito», disse à Lusa.
Já para Sandra Mota, 38 anos e diretora técnica de um lar de idosos, é também «bom que a sociedade civil se envolva nestas iniciativas que ajudam realmente as pessoas que estão em situações de pobreza», até porque enquanto natural do Porto, tem reparado num «aumento da pobreza em geral».
A proprietária da retrosaria que providenciou a matéria-prima para a manta de rosetas não soube especificar a dimensão que o produto final acabaria por apresentar, mas «fazendo as contas de cabeça», presumiu que alcançasse «quilómetros a fio» de linho ou de lã.