No dia do arranque da campanha "Se conduzir não dê boleia ao sono", um estudo revela que nos últimos dois anos, um em cada quatro portugueses já adormeceram enquanto conduziam.
O inquérito online foi realizado pelo European Sleep Research Society a 12.783 condutores de 19 países europeus, entre 15 de julho e 6 de setembro.
A Associação Portuguesa do Sono (APS) indica que, no universo nacional, o "Wake-up Sleep Study" revelou que 23% dos 1.093 condutores portugueses inquiridos referiram ter adormecido ao volante pelo menos uma vez nos últimos dois anos e, destes, quase 8% reportaram ter tido um acidente de viação como consequência do adormecimento.
Em declarações à TSF, a presidente da APS, psiquiatra e especialista em doenças do sono, Marta Gonçalves, diz que os números não supreendem até porque cerca de 20% dos acidentes estão relacionados com sonolência.
Marta Gonçalves explica ainda que adormecer ao volante é um risco duas vezes maior para os homens do que para mulheres, e acontece principalmente a quem conduz grandes distâncias e a quem sofre de apneia obstrutiva sono.
A presidente da APS diz que os acidentes causados pelo sono têm uma alta mortalidade porque os condutores batem a qualquer velocidade. Marta Gonçalves aconselha, por isso, os condutores a não resistir ao sono pois não é possível controlar.
Com o objetivo de alertar para os perigos de conduzir com sono, arranca hoje uma campanha de sensibilização para estes perigos, com várias ações de rua em Lisboa e no Porto.
Na sexta-feira, a campanha avança pela Europa a bordo de um autocarro - o "Wake-up Bus" - que vai parar em 11 cidades europeias, onde vão decorrer igualmente ações de sensibilização.
A campanha termina em Bruxelas, no Parlamento Europeu, onde vão ser apresentados os resultados do inquérito a nível europeu, com estudos comparativos entre os vários países.