O presidente da Urbanos disse que o grupo continua a estar interessado em acompanhar a privatização dos Correios, mas admite que terá de pensar caso não detenha uma posição maioritária.
Alfredo Casimiro falava à Lusa depois de o Conselho de Ministros ter aprovado as condições da Oferta Pública de Venda (OPV) e o caderno de encargos da venda direta institucional dos CTT - Correios de Portugal.
«O nosso interesse em acompanhar a privatização no início da semana é igual ao de agora. O modelo sem OPV era claramente mais atrativo, mas não deixamos de olhar para o 'dossier' e ver qual a percentagem para IPO [Oferta Pública Inicial - dispersão em bolsa] e a percentagem para o modelo particular», disse o presidente da Urbanos.
Já na segunda-feira tinha avançado à Lusa que o grupo ia concorrer à privatização dos CTT, em parceria com a Shuaa Capital (banco de investimento com base no Dubai), oferecendo entre 500 e 600 milhões de euros pela totalidade da empresa.
Alfredo Casimiro reforçou ainda que o grupo vai continuar a analisar como será o preço, a evolução do processo, as decisões do Governo e as condições do negócio.
«Se ficarmos com posição maioritária temos interesse, se não depende, vamos ter de pensar e rever», adiantou contudo o responsável.
Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, a Parpública fica autorizada a alienar um número de ações representativas de uma percentagem de «até 70% do capital social» dos CTT, através de OPV no mercado nacional e «venda direta a um conjunto de instituições financeiras, que ficam obrigadas a proceder à subsequente dispersão das ações nos mercados de capitais».
Do conjunto de ações destinado à OPV, um lote representativo de até 5% do capital será reservado à aquisição por trabalhadores.
O Conselho de Ministros aprovou também a constituição da comissão especial de acompanhamento da privatização dos CTT, que vai «apoiar tecnicamente o processo» e «garantir a cabal observância dos princípios da transparência, do rigor, da isenção, da imparcialidade e da melhor defesa do interesse público».
Os membros desta comissão serão nomeados por despacho, nos termos da lei-quadro das privatizações.
O secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações afirmou, na quarta-feira, que a privatização dos CTT através da dispersão em bolsa era «o cenário central» que o Governo estava a trabalhar, mas referiu que ainda não havia «confirmação oficial».