Este antigo presidente da AICEP entende que o corte da parceria estratégica anunciado pelo presidente angolano exige uma intervenção ao mais alto nível por parte de Portugal.
Basílio Horta diz não se lembrar de um episódio mais grave nas relações entre Portugal e Angola do que o corte da parceria estratégica anunciado esta terça-feira pelo presidente José Eduardo dos Santos.
Perante o anúncio do presidente de Angola, este antigo presidente da AICEP considera que com este clima a situação exige uma intervenção ao mais alto nível.
Para Basílio Horta, Cavaco Silva, que tem boas relações com Angola, «deve ter uma palavra importante a dizer e não apenas o Presidente da República, mas todos os partidos, incluindo o PS, devem remar para o mesmo sítio que é recompor esta relação».
«A língua portuguesa que nos une a todos tem um valor inestimável e é talvez dos ativos mais importantes que Portugal tem. Se além de pequeno país for também uma pequena nação, com as pessoas à bulha umas com as outras, isso é continuar este descalabro em que estamos metidos», acrescentou.
Basílio Horta entende ainda que o Governo «devia tentar sarar as feridas, mas com dignidade e ver bem o que está a acontecer».
«A verdade é que tudo isto passou das marcas e agora é preciso parar e refletir, repensar e reconstruir uma relação baseada obviamente na confiança, respeito recíproco e pelos interesses de ambas as partes e que evite, de futuro, estes incidentes», frisou.