A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) anunciou hoje a convocatória de ações de protesto em todo o continente de 17 a 24 de novembro, para reclamar a implementação de um «plano de investimentos» e criação de emprego de qualidade.
A decisão de avançar com uma semana de mobilizações de caráter diverso, como greves, manifestações ou concentrações, foi tomada hoje em Bruxelas pelo comité executivo da organização, da qual fazem partes as centrais sindicais portuguesas Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) e União Geral de Trabalhadores (UGT).
«Aprovámos esta ação e transmitimos [aos homólogos europeus] as iniciativas que temos programadas em Portugal», afirmou à agência Lusa Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, revelando que a central sindical portuguesa também vai participar nos protestos decididos a nível europeu, tendo sido representada na reunião na capital belga pelo responsável das relações internacionais da CGTP, Augusto Praça.
O líder sindical assinalou que, em Portugal, as ações de protesto arrancam já no dia 25 de outubro, nos setores dos transportes e das comunicações, com a greve nos Correios de Portugal (CTT), seguindo-se a greve no Metro no último dia deste mês. Na primeira semana de novembro também haverá greves em diversas empresas e a greve geral dos sindicatos da função pública está agendada para 8 de novembro.
Questionado sobre o desfasamento das datas das ações de protesto promovidas pela CES e pelas marcadas em Portugal, Arménio Carlos disse que tal se deve «às especificidades da situação em que se encontra o país».
Segundo o responsável, a decisão de agendar para meados de novembro uma ação de luta alargada a nível europeu «não implica que, em cada país, conforme as necessidades, sejam decididas outras iniciativas».
Arménio Carlos destacou ainda que, em Portugal, a maioria dos sindicatos afetos à CGTP, à UGT e os independentes «estão sintonizados» para os próximos protestos.
E exemplificou com o acordo entre a Frente Comum e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) para a greve geral de dia 8.
«Estamos a trabalhar na perspetiva de alcançarmos os objetivos comuns», realçou, acrescentando que as ações que serão efetuadas em Portugal durante a semana de luta europeia vão ser decididas consoante «o desenvolvimento da situação em Portugal».
A Lusa tentou falar com o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, sobre o agendamento deste protesto de âmbito europeu, mas, até ao momento, não foi possível.
O objetivo do CES é impulsionar o «plano de investimentos» elaborado pela organização europeia para a reativação económica, a saída da crise, e o fim das políticas de austeridade mediante um forte investimento anual e a criação de milhões de empregos nos próximos dez anos.