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Irão enforcou 16 rebeldes como represália pela morte de 14 militares

O Irão anunciou hoje o enforcamento de 16 rebeldes, uma represália depois de um grupo de homens armados ter matado pelo menos 14 guardas fronteiriços na fronteira com o Paquistão, numa região frequentemente abalada pela violência.

De acordo com a agência noticiosa francesa AFP, a emboscada que matou os 14 guardas iranianos foi montada na madrugada de hoje, numa zona montanhosa da província de Sistão-Baluchistão, no sudeste do Irão.

A província acolhe uma grande comunidade da minoria sunita e, refere a AFP, é onde traficantes de droga e militantes sunitas atuam.

«Catorze guardas foram mortos durante confrontos armados, e cinco outros foram feridos», avançou a agência noticiosa iraniana oficial IRNA, citando uma «fonte informada».

A fonte anónima terá também identificado os atiradores como «bandidos ou rebeldes que se opõem à República Islâmica».

O ministro da Administração Interna do governo da província afirmou que os guardas foram mortos numa emboscada montada por iranianos «membros de grupos hostis».

«Três soldados foram feitos reféns e levados para o outro lado da fronteira, no Paquistão», adiantou, acrescentando que o Irão «vai tomar medidas para assegurar a sua libertação».

Em retaliação pelo ataque, o Procurador-Geral da província afirmou que as autoridades enforcaram 16 «rebeldes» detidos numa prisão local.

O Procurador-Geral apelou ainda ao governo paquistanês para que tome medidas para «controlar mais seriamente» a fronteira.

As autoridades declararam que mais de quatro mil polícias e militares foram mortos em três décadas de combate aos traficantes de droga.

O Irão é uma das principais rotas para o tráfico de droga com origem no Afeganistão, a maioria com destino ao ocidente.

Grupos ligados ao tráfico humano também recorrem à mesma rota para traficar imigrantes ilegais para a Europa.

As autoridades iranianas afirmam já ter gasto milhões de dólares na construção de um muro ao longo da fronteira com o Afeganistão e o Paquistão, com uma extensão de 1.700 quilómetros, numa tentativa de travar o tráfico.

A construção do muro, que começou nos anos 1990, deverá estar concluída antes do final do próximo ano.