Contentores por descarregar e a verter, sacos de lixo nos passeios e desperdícios por todo o lado são os sinais visíveis, no centro de Madrid, do segundo dia de greve por tempo indefinido dos empregados de limpeza.
Entre as zonas onde o lixo é mais evidente estão os locais mais movimentados do centro, como as imediações da Plaza Mayor ou os bairros do 'casco antiguo', mais frequentados por residentes e turistas da cidade.
Empregados de limpeza e de jardinagem de Madrid estão em greve, por tempo indefinido, desde as 00:00 de terça-feira para exigir a retirada dos processos de despedimento coletivo em três das quatro empresas do setor, que afetariam 1.135 pessoas.
A greve avança depois de na segunda-feira os representantes sindicais terem rejeitado a proposta das empresas de avançar com Expedientes de Regulação de Emprego (ERE) - modelo usado para despedimento coletivo em Espanha - que levariam ao despedimento de 945 pessoas.
A acumulação de detritos e de lixo é visível nas imediações dos caixotes do lixo mas também nos passeios e nas estradas, sem que os serviços mínimos tenham conseguido apagar os efeitos da paralisação.
Empregados de bares, restaurantes e lojas em locais como as proximidades da Praça Santa Ana estão a ter que limpar a rua à frente dos seus estabelecimentos, exigindo uma resposta rápida à autarquia.
Questionada hoje pelos jornalistas, a presidente da Câmara de Madrid, Ana Botella, acusou os sindicatos que convocaram a greve de queimar contentores e carros e de sujar a cidade em atos de "vandalismo" cujo fim imediato exigiu.
"Os sindicatos devem respeitar as condições de uma greve legal. Não devem fazer atos de vandalismo, devem respeitar os serviços mínimos e não devem destruir nem queimar contentores ou carros particulares", disse.
Botella afirmou que Madrid "está sujo em consequência dos atos de vandalismo" e porque "os sindicatos não cumpriram as condições da greve".
Fontes municipais insistem que a ação de piquetes sindicais impediu que os serviços mínimos de 40 por cento fossem cumpridos, tendo em algumas zonas do centro ficado apenas nos 18%, o que agravou as condições na cidade.
Durante todo o dia, a imprensa espanhola tem apresentado depoimentos de cidadãos madrilenos que se queixam do estado da cidade, lamentando a imagem que fica para os turistas, numa altura em que Madrid tem estado a perder turistas estrangeiros.