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Venezuelanos saquearam loja de eletrodomésticos depois de Governo ordenar ocupação

REUTERS/Carlos Garcia Rawlins

Várias pessoas saquearam hoje uma sucursal da cadeia de eletrodomésticos Daka, na Venezuela, um dia depois de uma inspeção detetar «aumentos injustificados» na rede comercial e de o Governo ordenar a sua ocupação militar e «preços justos» nas vendas.

Os elementos do grupo, segundo a imprensa local, esperaram várias horas pela abertura da loja em Naguanágua, no Estado de Carabobo (200 quilómetros a oeste de Caracas), entraram de forma violenta e «carregaram» com tudo o que podiam, deixando apenas vidros partidos e destroços de móveis.

A Polícia de Carabobo e a Guarda Nacional (polícia militar) estiveram no local da pilhagem e detiveram várias pessoas.

Entretanto, em Caracas, à procura de produtos a «preços justos», centenas de pessoas acorreram à sucursal local da Daka e a outras lojas de eletrodomésticos, cujas instalações se encontram custodiadas por funcionários da Guarda do Povo (polícia militar).

Na sexta-feira, depois de uma fiscalização, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou que a rede de eletrodomésticos Daka fosse ocupada e que todos os seus produtos fossem vendidos a «preços justos».

«Eu ordenei imediatamente a ocupação dessa rede e que se colocasse todos os produtos à venda ao povo a um preço justo. Todos os produtos, que não fique nada nas prateleiras», disse o governante durante uma comunicação com transmissão obrigatória nas rádios e televisões do país.

Maduro recordou que já tinha advertido os empresários e insistiu que a lei, o Estado e o povo vão chegar a quem «estiver roubando» a população.

«Empresários, ajustem-se à lei. Vamos impregnar de justiça todo o território nacional, nos próximos 15 dias, porque tem que acabar a guerra económica», disse, sublinhando que o executivo protegerá o povo de qualquer sabotagem da oposição de direita.

Na última quarta-feira, Maduro anunciou que o seu Governo iniciaria uma grande operação cívico-militar para combater a especulação e o monopólio de bens no país.

«Uma grande operação cívico-militar que percorrerá toda a pátria, iremos até ao último nível da cadeia produtiva, distributiva e comercial do país», declarou.

Na sexta-feira, o chefe do Órgão Superior para a Economia, Hebert Garcia Plaza, denunciou que, durante uma inspeção a Daka, foram detetados «aumentos injustificados» de 10 a 50% em vários produtos, entre eles frigoríficos, televisores e máquinas de secar.

O responsável referiu-se a «uma máquina de lavar e secar que a 01 de novembro foi vendida em 35.900 bolívares [4.316 euros]» e disse que agora, «tendo em consideração que o povo agora está recebendo os 'aguinaldos' [subsídios de Natal]», a Daka quer vendê-la a 59.900 bolívares (7.202 euros).

Redação