Portugal é um dos países europeus com o pior registo no pagamento de dívidas. O diagnóstico inclui o Estado que demora, em média, 133 dias, contra a média europeia que é de 61 dias.
Portugal também se destaca no que toca a dívidas com o carimbo de incobráveis. As taxas mais altas de incobráveis registam-se nos serviços de agências de comunicação, publicidade, marketing, consultoras de estudos de mercado e intermediários, onde os pagamentos em atraso rondam os 6 por cento.
Valores acentuados na ordem dos 5,2% também no setor da contrução, logo seguido do setor da saúde e da indústria e só depois no comércio dos grossistas e retallhistas.
O estudo anual da Intrum Justitia, junto de 10 mil empresas europeias, revela ainda que em Portugal quase 3% de faturas por pagar são do setor dos transportes e logística e do setor da "utilities" que junta, água, gás e eletricidade.
No setor dos media, 63% revela quebra de rendimentos devido a atrasos de pagamento, 58% assume problemas de liquidez e 54% antecipa riscos de pagamento nos próximos 12 meses.
Cerca de 350 mil milhões de euros são reconhecidos pelas empresas como incobráveis, ou seja, este valor equivale a 3% de todas as transações comerciais efetuadas na Europa, só o ano passado.
Para os inquiridos, são verbas que poderiam ser usadas na criação de emprego, investigação e expansão de negócios.
As conclusões do estudo da Intrum Justitia são apresentadas esta manhã.
Em declarações à TSF, o diretor desta entidade, Luís Salvaterra, sugere propostas alternativas para resolver situação. Por exemplo, a aplicação de legislação mais penalizadora para maus pagadores, incluindo o Estado, que deveria dar o exemplo para estimular a Economia.