Entre 100 a 120 mil portugueses saíram do país este ano, estimou o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
«Não tenho nota que, no ano, tenha havido um aumento. Temos números mais ou menos constantes, mas que são bastante altos», referiu o governante à Lusa, a propósito dos números da emigração em 2013.
Apesar de não existirem dados oficiais, o Governo admite que o número de portugueses que emigraram seja semelhante ao do ano passado - cerca de 100 a 120 mil: «Não pode aumentar muito porque não há empregos», disse José Cesário.
Os países da Europa, em particular a França, continuam a ser os principais destinos dos portugueses, com Angola a atrair também números semelhantes aos do ano passado, na ordem dos 25 mil.
Questionado sobre se aumentou a saída de emigrantes para o Brasil, um país que já considerou que poderia atrair muitos portugueses, o secretário de Estado admitiu que «isso não se está a verificar», sobretudo devido à falta de equivalências para certas profissões, como engenheiros e arquitetos, que não podem exercer naquele país.
Em reação a estas declarações, o PCP diz que o secretário de Estado das Comunidades está muito longe da realidade e que o número de portugueses a procurar emprego fora do país deve aumentar nos próximos tempos devido à política do atual Governo.
«A emigração, de facto, mantém-se em níveis elevadíssimos e nem todos os portugueses que saem para países da Europa são do conhecimento oficial, têm registo oficial. Muitos andam em países da Europa em biscates, em situações que não há forma de contabilizar», disse Rui Fernandes, membro da comissão política do PCP.
O membro do PCP acrescenta que a realidade nacional «obrigará a novos e novos portugueses a terem que procurar noutros países formas de subsistência» devido à «política desde Governo».