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Presidente do Sporting: «o medo impera» entre os árbitros

O presidente do Sporting, Bruno Carvalho, entende que os árbitros vivem num meio em que «o medo impera», considerando que lhes sobra vontade de alterações no setor, em seu entender travadas por serem contrárias aos interesses das «cúpulas».

«Acho que os árbitros estão cheios de vontade de fazer alterações e as que o Sporting propôs de ajuda - utilização da TV, quarto árbitro com acesso às imagens, entre outras - é algo que eles anseiam. Mas, para haver mudanças, tem de ser algo que as cúpulas anseiem», justificou, em entrevista à RTP.

Bruno de Carvalho disse que há um estudo, por tornar público, em que se demonstra que «está cientificamente provado que o Sporting é a equipa mais prejudicada em termos de arbitragem»: explica-o com o facto de os profissionais do setor «viverem num meio em que o medo impera e onde não é percetível que o Sporting seja a entidade que lhes possa tirar o medo».

«Mas, pode ser que isso mude», completou, assumindo-se defensor da "transparência" e determinado a «acabar com a hipocrisia» no futebol.

O dirigente entende que esse medo, alastrado à questão das subidas/descidas de escalão, é igualmente transversal aos clubes, pelo que apela à «coragem» generalizada para mudar o paradigma do futebol nacional.

«Quando perdemos o medo e criarmos condições para as pessoas dizerem o que vai na sua alma, não tenho dúvidas de que 99,9 por cento dos clubes assinam tudo isto por baixo. E os árbitros e toda a gente envolvida no futebol», completou.

Em termos da equipa de futebol, e mais do que o «objetivo imediato" de ser campeão este ano, Bruno Carvalho deseja que o Sporting se assuma como "o maior clube de Portugal», sendo para isso que está a trabalhar.

«Queremos preparar o Sporting para, com regularidade, assumir o que sempre foi: o maior clube português. E também no futebol. Isso não se faz com olhos virados para um objetivo momentâneo. O Sporting sofreu com a quase fobia de ter de ser campeão nacional. O Sporting tem de querer ser um clube regular, sustentado, que lute sempre para objetivos», explicou.

Fintou, por isso, novamente, a questão da candidatura ao título, desejando, apenas, uma equipa «concentrada, ambiciosa, a jogar bem e a emanar alegria».

O apuramento para a Liga dos campeões é essencial, entendendo que «a dimensão, o historial e o futuro desejado» justificam essa meta.

«Se conseguirmos manter este espírito de rigor, vontade, garra, empenho a todos os níveis, de certeza que acabamos a época desportiva felizes e satisfeitos», frisou.