Clara Marques Mendes, relatora do documento, acusou o PS de tentar com as alterações que sugeriu «alterar completamente» o relatório. Os socialistas falam em «vergonha».
O relatório final da Comissão de Inquérito aos contratos swap aponta o dedo à banca e à governação socialista, mas iliba a atual ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, de quaisquer responsabilidades neste processo.
Perante as críticas da oposição, a relatora do documento, Clara Marques Mendes, entende que as propostas feitas pelo PS em relação a este relatório «visam alterar completamente aquilo que está vertido» nas conclusões.
Na resposta, a socialista Ana Catarina Mendes considerou uma «vergonha para esta comissão que este relatório seja aprovado apenas e só com os votos da maioria que sustenta o documento.
O PS acusou o relatório, que acolheu apenas de forma parcial duas de cem propostas feitas pelos socialistas, de ser omisso em vários pontos em especial no que diz respeito à atuação de Maria Luís Albuquerque.
Ana Catarina Mendes lembrou que a atual titular da pasta das Finanças disse na comissão que «não tinha informação» sobre os swap, algo que, na opinião da deputada do PS, «foi desmentido sucessivamente por vários intervenientes», incluindo Vítor Gaspar.
«Este relatório deveria dizer textual e factualmente nas suas conclusões que a ministra, ao contrário do que disse na comissão, teve atempadamente e antes de julho acesso à informação», acrescentou o bloquista Pedro Filipe Soares.
O comunista Paulo Sá caraterizou a atuação de Maria Luís Albuquerque como sendo de uma «total falta de diligência», «deixando que o problema duplicasse de dimensão».
Por seu lado, a maioria considera que o relatório é factual, ao passo que Hélder Amaral, do CDS, que não sugere aproveitamento da banca, mas salienta os instrumento de gestão financeira serem atrativos para as empresas.