Entre o primeiro sinal de alerta e o despiste através de uma colonoscopia uma mulher esperou dois anos para fazer um exame. Entretanto o cancro desta paciente do Amadora-Sintra ficou inoperável.
O caso é hoje contado no Diário de Notícias. Emília está a fazer quimioterapia, para reduzir o tumor e tentar ser operada.
Emília tem cancro no intestino, que estava grande e inoperável, quando foi finalmente detetado.
E finalmente, porque Emília sempre teve cuidado, sempre fez o rastreio, mas entre uma primeira análise positiva e a colonoscopia teve de esperar dois anos, quando o tempo de espera razoável é de 2 meses.
O Hospital Amadora-Sintra, para onde Emília foi encaminhada, admite que a resposta é limitada. Em declarações ao Diário de Noticias, o director do Serviço de Gastrenterologia lembra que só tem sete médicos, quando já teve 11, e está há um ano à espera para contratar.
Assim sendo, é feita uma triagem de doentes, mesmo quando têm análises positivas, e há casos que seguem para a medicina interna.
Mas o problema não é apenas do Amadora-Sintra. O Ministério da Saúde reconhece uma grande escassez de resposta no setor convencionado, na área da grande Lisboa, e adianta que este caso concreto vai ser investigado pela Inspecção Geral das Atividades em Saúde.
O médico de Emília garante que há mais casos como este - os doentes estão 2 anos a sangrar e sem ter um diagnóstico. Muitos acabam por não esperar. Recorrem ao setor privado, assumindo todos os custos do exame.
Contactado, esta manhã pela TSF, o Ministério da Saúde admite que o problema das colonoscopias na região da Grande Lisboa não está resolvido, existindo um excesso de procura para uma oferta reduzida.
Fonte do gabinete de Paulo Macedo diz à TSF que os serviços convencionados não estão a responder à altura e são escassos na Grande Lisboa.
O ministério continua a averiguar o que se passa e sublinha que casos como este são «intoleráveis».