O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, afirmou hoje que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo são um exemplo do «falhanço do Estado como gestor» e manifestou confiança no «renascimento» da construção naval na região.
«Os Estaleiros de Viana do Castelo são o exemplo do falhanço do Estado como gestor» e do «falhanço do modelo ideológico de quem acreditou que o Estado tem de saber produzir navios e bem e serviços que não são essenciais», declarou.
O ministro da Defesa Nacional discursava no forte de S. Julião da Barra, Oeiras, após a assinatura do contrato de subconcessão dos terrenos e infra-estruturas dos ENVC, entre Carlos Martins e Paulo Duarte, pela "West Sea, Estaleiros Navais, Lda" e, pela administração dos ENVC, Jorge Camões.
Segundo Aguiar-Branco, o Estado «não tem que produzir navios tal como não tem de saber produzir cerveja" e não tem de saber prestar serviços de telecomunicações ou reparar aviões e "por isso privatizou as OGMA em 2004».
Aguiar-Branco frisou que o Estado «nunca foi a solução» para os ENVC nem para a reparação nem para a construção naval mas sim «o problema».
«Nos últimos doze anos, passaram pelos Estaleiros 12 conselhos de administração diferentes, 25 navios construídos, dois navios por cada administração com prejuízos acumulados superiores a 100 milhões de euros», sublinhou.
O ministro sublinhou que o prejuízo estava «nos 40 milhões de euros anuais, cerca de 110 mil euros por dia», acumulando um passivo de 270 milhões de euros, constituindo a «demonstração da incapacidade do Estado para resolver o problema».
Aguiar-Branco frisou que a subconcessão «é também uma opção ideológica», ressalvando que a primeira opção teria sido a reprivatização, tal como tinha assinalado antes a ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que participou na cerimónia.