Ciência e Tecnologia

Ministério quer que cientistas portugueses concorram mais a bolsas internacionais

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) felicitou hoje os quatro investigadores que trabalham em Portugal e receberam o prémio europeu, considerando que o país tem muitos investigadores em termos percentuais, mas poucos concorrem a estes galardões.

Foram hoje conhecidos os 312 investigadores distinguidos com a Bolsa "Consolidator Grants" do Conselho Europeu de Inovação (European Research Council - ERC).

Entre os vencedores de uma bolsa que ronda os dois milhões de euros cada estão quatro investigadores que trabalham em Portugal: Rui Costa, da Fundação Champalimaud, Edgar Gomes, do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Lars Jansen, do Instituto Gulbenkian de Ciência, e Sofia Aboim, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

Em comunicado, o MEC lembrou que «Portugal, sendo um dos países da EU-28 com mais investigadores por permilagem da população ativa, continua muito abaixo do seu potencial em número de candidaturas ao ERC (por cada mil investigadores), comparando com a Espanha, a Suécia ou a Holanda».

O MEC defendeu ainda a necessidade de «incentivar os investigadores de Portugal a participarem mais tanto neste como noutros programas da União Europeia, agora que começa o maior, mas também o mais competitivo, Programa de apoio à C&T da história da União Europeia, o Horizonte 2020».

Entre 2007 e 2013, foram atribuídas 35 bolsas do ERC a investigadores que trabalham em Portugal, entre Starting, Advanced e Consolidator Grants. Rui Costa, da Fundação Champalimaud, é o primeiro investigador português a receber duas bolsas ERC, a primeira das quais em 2009 (Starting Grant).

Cada uma das bolsas agora atribuidas pela ERC terá um valor médio de 1,8 milhões de euros e deverá ajudar os trabalhos de investigação durante cinco anos.

Rui Costa está a desenvolver um trabalho para compreender as bases neurais do processo de chunking, ou seja, de como o cérebro consegue criar conceitos e ações complexas a partir de pequenas ideias e movimentos.

A bolsa agora atribuída, que ronda os cerca de dois milhões de euros, vai permitir ao investigador adquirir equipamento para a realização do trabalho, assim como formar uma equipa de vinte investigadores e técnicos de laboratório.

Já Lars Jansen, investigador principal do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), vai receber 1,6 milhões de euros, que serão aplicados no estudo dos mecanismos que controlam a transmissão fidedigna de informação não genética da célula-mãe para as células-filhas.

Também na área da saúde, Edgar Gomes, do Instituto de Medicina Molecular, da Universidade de Lisboa, é outro dos investigadores distinguidos com o trabalho intitulado Positioning the nucleus for cell migration and muscle fiber function.

Já na área das Ciências Sociais e Humanas, Sofia Isabel da Costa d'Aboim Inglez, do Instituto de Ciências Sociais (ICS), da Universidade de Lisboa, é outras das vencedoras, com o trabalho intitulado Gender citizenship and sexual rights in Europe: transgender lives from a transnational perspective.

Os 312 projetos distinguidos pelo ERC foram selecionados num total de 3.600 propostas.

Redação