Portugal

Síria: Governo português analisa pedido dos EUA para transbordo de armas químicas

O Governo português está a estudar um pedido dos EUA para que o transbordo de armas químicas sírias possa ocorrer num porto nacional, eventualmente nos Açores.

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros afirma que Portugal foi um dos países contactados pelos EUA, que «procuraram apurar a disponibilidade, junto de vários parceiros, de estruturas portuárias para a operação de transbordo do material químico transportado a partir da Síria num navio dinamarquês para um navio norte-americano».

O material começou a sair da Síria em 7 de janeiro, no âmbito de um acordo sobre o desmantelamento do arsenal de armas químicas do regime de Damasco.

Este pedido dos Estados Unidos decorre no quadro da resolução 2118, adotada por unanimidade pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e com a aprovação da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), refere a nota do ministério de Rui Machete.

A nota acrescenta que Portugal foi contactado «como aliado empenhado na procura de uma solução para o conflito na Síria e tendo em conta a sua posição geoestratégica».

«O Governo português, em articulação com o Governo regional dos Açores, e sempre norteado pela defesa dos interesses do país, efetuou consultas políticas internas e desenvolveu contactos exploratórios na hipótese de ser necessária uma instalação portuária nos Açores, formulando, designadamente, perguntas sobre fatores de ordem técnica, ambiental e de segurança, de modo a avaliar a existência de eventuais riscos desta operação», refere o comunicado.

A mesma fonte do ministério disse que ainda não foi tomada qualquer decisão, prosseguindo os contactos entre as autoridades portuguesas e norte-americanas.

«O Governo português reitera o seu apoio à missão conjunta ONU/OPAQ de remoção, transporte e posterior destruição do material químico da Síria, a qual se reveste da maior importância para a manutenção da paz e da segurança internacionais», sublinha o MNE.