Fonte da Direção-geral da Alimentação e Veterinária adianta que já foram pedidas informações às instâncias europeias
O cavalo que originou o acidente rodoviário no dia de Natal perto de Évora, provocando quatro mortos e quatro feridos graves, não estava registado em Portugal.
«Temos o número do 'chip' [identificador eletrónico] do animal», mas o mesmo «não pertence a Portugal», revelou à agência Lusa a diretora-geral da Alimentação e Veterinária, Teresa Villa de Brito.
De acordo com a responsável, o cavalo «não foi adquirido nem nasceu em Portugal», o que já levou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) a contactar os «diferentes chefes veterinários» da Europa para se determinar a origem do animal.
O acidente, que ocorreu no passado dia de Natal na Estrada Nacional (EN) 114, entre Évora e Montemor-o-Novo, envolveu a colisão de dois veículos ligeiros de passageiros, após um deles ter colidido com um cavalo à solta que terá invadido a faixa de rodagem.
Em consequência do despiste, registou-se a morte de um homem e uma mulher, de 52 e 46 anos, e uma criança de cinco anos que seguiam no veículo que embateu no cavalo, assim como uma idosa de 83 anos, que seguia no outro automóvel.
Teresa Villa de Brito realçou que os animais, muitas vezes, invadem a via pública por existir «uma certa negligência dos proprietários» e que «há muitos donos que não fazem o registo dos equídeos», apesar de ser obrigatório por lei.
Também em declarações à Lusa, o comissário Afonso Zabumba, da PSP de Évora, não revelou pormenores sobre o caso, limitando-se a adiantar que «está a decorrer um inquérito no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora».
Contudo, avançou que a PSP está a fazer uma «fiscalização conjunta» com a Proteção Civil Municipal e a Câmara de Évora aos «animais que estiverem na esfera pública ou em zonas confinantes e que representem perigo para o trânsito automóvel e pedonal».
Sobre este «trabalho conjunto», o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, disse à Lusa que se trata de «uma maior intervenção coordenada das várias autoridades», corroborando que a ação já levou à «deteção e apreensão de um conjunto de animais».
«Esses cavalos, de acordo com a lei, aguardam que os proprietários os venham reivindicar», mas, se tal não acontecer, vão ser seguidas as determinações legais, nomeadamente «a possibilidade de venda dos animais em hasta pública», referiu.