Os dados do Vaticano foram agora divulgados e referem-se ao período de Bento XVI. O documento foi preparado para ajudar na defesa perante o comité da ONU dos direitos das crianças.
O Vaticano disse hoje que cerca de 400 padres foram afastados durante o pontificado de Bento XVI, devido às queixas de crianças abusadas sexualmente por clérigos.
Segundo o porta-voz do Vaticano Federico Lombardi, citado pela agência de notícias AFP, em 2012 foram cerca de 100, enquanto que em 2011 foram cerca de 300.
No entanto, a organização SNAP, que junta vítimas de abusos sexuais por parte de membros da Igreja, disse em comunicado que essas medidas disciplinares não são suficientes e que «o papa deve afastar também os clérigos que encobriram crimes sexuais».
As revelações dos crimes sexuais cometidos membros do clero e o encobrimento pelos seus bispos começaram na Irlanda e nos Estados Unidos há mais de uma década e têm vindo a abalar a Igreja Católica Romana.
Bento XVI, que renunciou o ano passado e foi substituído pelo papa Francisco, prometeu tolerância zero para os sacerdotes que cometeram os abusos e o Vaticano informou que recebeu milhares de relatos de abuso de dioceses locais.
Numa ação inédita, uma delegação do Vaticano teve de dar, no início desta semana, respostas às Nações Unidas sobre o seu compromisso para acabar com os abusos sexuais de menores por padres frente à comissão de direitos das criança, em Genebra.
O papa Francisco disse na quinta-feira que os católicos devem sentir «vergonha» pelos escândalos, mas as associações que juntam as vítimas dizem que ainda há falta de transparência e que não foi feito o suficiente para denunciar os abusos à polícia.