Rui Silva, o autor do relatório que confirma a presença de amianto no edifício da Direcção Geral de Energia, diz à TSF que há um ano que o perigo é conhecido e obriga a uma ação por parte do Estado.
O autor do relatório garante que é mais fácil retirar as pessoas do edifício do que remover o amianto, mas que os revestimentos perigosos terão sempre de ser removidos.
Em declarações à TSF, Rui Silva, o engenheiro responsável pelo relatório elaborado há um ano, explica que com pelo menos um caso dignosticado de cancro atribuído à exposição ao amianto, é preciso agir.
Ontem, a TSF contou a história de uma carta dos trabalhadores da Direcção Geral de Energia e Geologia, na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa. Uma carta com a preocupação de 66 trabalhadores, dando conta de 19 casos de doença por suspeita de exposição ao amianto.
Rui Silva confirma a existência de amianto em dois tipos de revestimento e com graus diferentes de perigosidade. Sobre a relação entre os casos de cancro ou outras doenças e a exposição ao amianto, só os exames médicos podem ser conclusivos, lembra.
Ontem, o primeiro-ministro disse não conhecer o caso, quando interpelado pela deputada dos verdes, Heloísa Apolónia, no Parlamento.
Já o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, justificou o atraso na transferência dos trabalhadores para outro edificio com as dificuldades financeiras do Estado.
Artur Trindade disse à TSF que o processo de mudança dos mais de cem trabalhadores da Direção Geral de Energia e Geologia está numa fase final de aprovação, devendo acontecer nos próximos meses.