Os médicos dizem que as consultas de cessação tabágicas nos hospitais têm listas de espera de quatro meses, quando a resposta que era necessária deveria ser imediata.
Muitos fumadores que são encaminhados para consultas de cessação tabágica não comparecem a estas consultas por falta de motivação apesar de esperarem meses por elas.
O diretor do Serviço de Pneumologia do Hospital de São João explicou que este tipo de consultas feitas nos hospitais são diferentes das feitas nos centros de saúde.
Ouvido pela TSF, Agostinho Marques lembrou que as consultas feitas nos hospitais servem para responder aos doentes que precisam mesmo de deixar de fumar, uma vez que tiveram problemas como um enfarte de miocárdio.
«São doentes que frequentemente já vivem confrontados com problemas de tabaco há muito tempo e portanto já fracassaram muitas vezes», explicou.
Agostinho Marques adiantou que o tempo de espera para a marcação de uma consulta de cessação tabágica num hospital é de cerca de quatro meses, mas o que era necessário era uma «resposta imediata e solícita».
Por seu lado, Sérgio Vinagre, coordenador do programa de cessação tabágica da ARS Norte, considerou que «é particularmente grave uma consulta estar aberta e os doentes que precisam da consulta não aparecerem».
«Quanto mais tempo passar entre a referenciação do doente e a chamada maior é a possibilidade de isso acontecer», acrescentou este médico de saúde pública, em declarações à TSF.