A Câmara de Lisboa decidiu suspender o mega projeto para a colina dos hospitais, a Colina de Santana, onde ainda funciona o Hospital de São José. No entanto, a autarquia rejeita que o motivo tenha sido a falta de segurança.
O anúncio para a suspensão das obras foi feito pelo vereador do urbanismo durante um debate na Assembleia Municipal sobre o tema na terça-feira. Assim, ficam em suspenso os pedidos de informação prévia que correspondem aos projetos de construção.
A deputada municipal do PSD, Margarida Saavedra, explicou ontem à TSF que a ordem de paragem está relacionada com questões de segurança, pois a Colina de Santana «é como uma cómoda à qual falta um pé».
Um motivo que é rejeitado pelo vereador do Planeamento, Urbanismo e Reabilitação Urbana da Câmara de Lisboa. Em declarações à TSF esta manhã, Manuel Salgado diz que se trata de «puro alarmismo, não tem nada a ver, não há nenhuma razão de segurança que impeça a apreciação daqueles processos».
O arquiteto acrescenta ainda que «a Colina de Santana é uma das zonas com mais resistência aos sismos da cidade de Lisboa e por isso se tem conservado ao longo dos séculos e, portanto, não há qualquer motivo de segurança. Esses casos que a deputada Margarida Saavedra identificou são na chamada Calçada de Santana, que é uma zona mais antiga, que está degradada, mas não tem nada a ver porque as intervenções previstas não são aí, algumas são até bem distantes desse local».
Manuel Salgado esclarece ainda que a Câmara de Lisboa já tinha tomado a decisão de suspender no Verão do ano passado por causa da proximidade das eleições autárquicas.
O vereador ainda que só se vai decidir qual o passo seguinte no projeto da Colina de Santana depois de terminada a discussão pública e de elaborado o relatório da Assembleia Municipal.
O Projeto Urbano da Colina de Santana, que abrange cerca de 16 hectares e os espaços dos hospitais S. José, Miguel Bombarda, Capuchos, Desterro, Santa Marta e o espaço do convento de Santa Joana (atual 9.ª Esquadra de Criminalidade/Trânsito da PSP), para os quais o documento apresenta um programa da responsabilidade da Estamo (imobiliária de capitais públicos, proprietária dos imóveis e dos terrenos em causa), está a ser alvo de debates temáticos na Assembleia Municipal (AM).