O ministro dos Negócios Estrangeiros vai ser ouvido na terça-feira no Parlamento, a pedido do PS, sobre as diligências realizadas pelo Governo português após o embarque forçado de 74 passageiros ilegais num avião da TAP na Guiné-Bissau.
O incidente, ocorrido há dois meses em Bissau, levou à suspensão das ligações aéreas entre Lisboa e Bissau pela TAP e foi fortemente criticado pelas autoridades portuguesas, desde logo pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, que o classificou como «muito próximo dos atos de terrorismo».
A audição do governante, que decorre na comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas à porta fechada, foi pedida pelos deputados socialistas, que pedem esclarecimentos sobre «as diligências feitas e eventuais posteriores iniciativas que venham a ser tomadas».
«A permeabilidade da fronteira guineense é claramente um motivo de preocupação para Portugal e para a União Europeia. A suspensão dos únicos voos que ligavam a Guiné-Bissau ao continente europeu é por si só também motivo de preocupação», afirma o requerimento, subscrito pelo deputado do PS Paulo Pisco.
Rui Machete afirmou recentemente que o Governo português fará «alguns esforços» para que sejam retomadas as ligações aéreas com a Guiné-Bissau, interrompidas em dezembro, «em prol» dos guineenses e dos portugueses.
«Não esqueço que os recentes incidentes que aconteceram em Bissau têm também de ser superados e faremos alguns esforços (...) para encontrar as vias para que se restabeleça também aí a normalidade, que é muito desejada», disse o ministro, durante uma visita à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.