Em causa estão as declarações do vice-primeiro-ministro sobre uma possível redução do IRS a partir de 2015.
O secretário-geral comunista criticou hoje a "voz" vinda de Espanha do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, por tentar «enganar os portugueses» ao sugerir uma baixa de impostos em 2015, «data possível de eleições».
«Dizem que 'de Espanha nem bom vento nem bom casamento'. Hoje, o ministro dizia que 'lá para 2015, vamos baixar os impostos'. (...) Esta voz, de certeza, não é bem-vinda porque tem a perspetiva de enganar os portugueses, atirando para 2015, data possível das eleições para a Assembleia da República, pensar que pode enganar quem está a ser vítima desta política de saque, confisco, de roubo no plano dos impostos», afirmou Jerónimo de Sousa.
O líder do PCP referia-se a declarações de Portas, em Madrid, com outros pares europeus sobre reforma do Estado e num fórum sobre economia, onde o vice-primeiro-ministro e líder do CDS disse esperar que, a partir de 2015 e de forma «faseada no tempo», se possa iniciar a redução do IRS de forma a «valorizar o papel da família e o trabalho no sistema fiscal».
«Hoje, vemo-los a fazer passar a ideia de que estão a fazer um esforço hercúleo para o que chamam uma saída limpa do pacto de agressão, sem programa cautelar, mas se há coisa em que os portugueses podem acreditar é a de que, com este Governo e esta política nacional e europeia, não há saídas limpas», garantiu Jerónimo de Sousa, durante a apresentação de João Ferreira como cabeça de lista da Coligação Democrática Unitária (CDU) ao Parlamento Europeu.