A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou um resultado líquido negativo de 575,8 milhões de euros no ano passado, superior ao prejuízo de 395 milhões de euros de 2012.
Segundo a entidade liderada por José de Matos, este resultado «reflete a persistência dos baixos níveis da Euribor, os elevados encargos dos CoCos [instrumentos híbridos de capital contingente que estão nas mãos do Estado] e o custo das imparidades».
A margem financeira baixou mais de 31% para 930,7 milhões de euros no último exercício. «A forte sensibilidade do balanço à evolução das taxas Euribor volta a traduzir-se numa redução da margem financeira, que foi também penalizada pelos elevados encargos dos CoCos», sublinhou em comunicado a CGD.
Os custos com a reestruturação da operação em Espanha também pesaram sobre os resultados do banco.
Este foi o maior prejuízo de sempre do grupo financeiro estatal, que já tinha apresentado prejuízos de 395 milhões de euros em 2012 e de 488 milhões de euros em 2013.
«Os resultados que estamos hoje a apresentar não são os que queremos para o futuro», realçou o presidente da CGD, José de Matos, durante a conferência de imprensa de apresentação das contas.
«O problema de rentabilidade é temporário», disse o banqueiro, explicando que o grupo se está a reorganizar e apontando, pela positiva, para a alta solvabilidade do banco público.
«A recuperação da economia vai ser a verdadeira capacitadora da recuperação do setor financeiro», assinalou José de Matos.
Ainda de acordo com o presidente executivo do banco, a CGD reduziu 500 trabalhadores em 2013.