A CGD renegociou, em 2013, quase 30 mil contratos de crédito à habitação. Apesar desta renegociação ter resultado numa queda da prestação média, o número de famílias que entregaram a casa ao banco, continuou a crescer.
A Caixa Geral de Depósitos apresentou esta tarde os resultados de 2013, tendo registado 576 milhões de euros de prejuízos, um crescimento de 46 por cento em relação ao ano anterior.
Apesar disso, o banco público faz questão de sublinhar os esforços para aliviar as famílias com maiores apertos relativamente ao crédito à habitação. Os números são, aliás, uma bandeira do presidente da CGD.
«Nós reestruturamos com clientes do crédito à habitação durante 2013, 28508 operações, pro-ativamente, por nossa iniciativa ou iniciativa dos nossos clientes, para adequar as condições de pagamento à capacidade de pagar das familias portuguesas», explicou José de Matos na apresentação dos resultados.
José de Matos revelou que a prestação média no crédito à habitação é de 213 euros por mês - há um ano era de 217 euros - mas mesmo assim, há incumprimentos. Há milhares de casas que voltam para a posse do banco.
A Caixa Geral de Depósitos tem atualmente 5687 casas em stock para comercialização mas em vez vez de encarar este negócio como um perda, José de Matos tem outra leitura: « uma parte significativa do nosso prejuízo é uma enorme vantagem financeira do ponto de vista dos nossos devedores. No stock de crédito que temos vivo no final de 2013, o valor da taxa de juro que cobramos aos nossos devedores por crédito à habitação é de cerca de 1,5 por cento».
O presidente da Caixa Geral de Depósitos adianta ainda que, apesar de tudo, existe mais crédito mal parado nas empresas do que no crédito à habitação.